Na abordagem inicial à corrupção, é necessário fazer um pequeno estudo de possíveis causas do fenómeno e que justifiquem as diferenças dos níveis do mesmo entre países. Dividimos as causas da corrupção em três áreas: características culturais do país, grau de desenvolvimento económico-social e instituições políticas.
No que se refere a características culturais de um país, a teoria principal é a que concerne à presença ou não de um sentimento de pertença à comunidade e sentido cívico entre os indivíduos de uma sociedade. Quanto maior for esse sentimento menor a desconfiança face às entidades públicas e por conseguinte menor a propensão para que se verifiquem práticas de corrupção. Para além disto, em sociedades com maior sentimento de pertença à comunidade, cada indivíduo atribui um maior peso aos custos de um acto de corrupção. O que se observa é que nestas sociedades a consciência do mal comum resultante de um acto desta natureza é maior pelo que cada indivíduo é mais avesso a incorrer nos mesmos.
Relativamente ao grau de desenvolvimento económico-social, a análise é feita ao nível local. Em meios mais pequenos e atrasados existe alguma promiscuidade entre esfera privada e esfera pública da economia, isto porque, resultado da dimensão do meio, é muito difícil não existir algum tipo de laço pessoal entre presidente da câmara e empresários. O que, noutros meios seria considerado conflito de interesses, aqui é uma inevitabilidade. Para além disto, existe muitas vezes a tradição de oferecer “prendas”, particularmente a detentores de cargos públicos, quando se pretende obter alguma contrapartida. Em meios mais desenvolvidas não existe (ou não deve existir) este tipo de intimidade entre funcionário público e cidadão comum, pelo que práticas desta natureza seriam consideradas subornos.
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