terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Trabalho sobre Responsabilidade Social I


Uma analise, feita por um aluno a Mintzberg, Henry: “Thecase for corporate social responsibility”
“Numa economia de cooperações gigantescas, a RS das empresas é quase impossível de realizar, ainda que o autor considere que as Empresas o deveriam fazer para que tanto a sociedade como a economia continuem e floresçam.
O conceito de RS, conhecido como “noblesseoblige” experimentou um vigoroso ressurgimento na década de 1950. O conceito foi discutido academicamente por professores, pragmaticamente por empresários, politicamente por representantes públicos; teve uma abordagem filosófica, biológica, psicológica, sociológica, económica e até estética.
No entanto muitos consideraram que, RS é uma cortina de fumaça para desviar a atenção para o desaparecimento do controlo directo dos accionistas, bem como algumas formas de controlo de mercado.
Assim coloca-se a RS no centro,sendo suportada por todos que mais têm a ganhar com o status quo do poder corporativo. Pode a RS funcionar?
Este artigo sumariza algumas das provas contundentes de que não pode, não é realizável e depois conclui que é precisa


Formas de RS

·       Na forma pura RS é suportada pela sua própria causa, porque é o caminho nobre para as empresas devem procederem., devendo ter em conta que a responsabilidade Social, antecipa e previne problemas sociais e que só os empresários o podem fazer
·       Auto interesse esclarecido: há um maior ou menor esclarecimento nas pessoas. A comunidade de negócios tem como objectivo o benefício como um todo, resultante da conduta de RS: crimes podem descer, sem ser preciso pagar mais dinheiro em segurança e taxas policiais, etc. Uma melhor sociedade produz um melhor ambiente para negócios. Tratar bem e envolver os empregados, trará mais dinheiro.
·       Teoria do Investimento Sólido: ou a chamada neo- mão invisível. O preço de mercado das acções de uma empresa é afectado pelo seu comportamento social. Ataca 2 mitos, em que se só dependia da boa vontade do gestor ou de leis governamentais e do conflito com os interesses dos investidores. Às vezes as empresas sofrem pressões, por exemplo dos sindicatos. Muitos investidores institucionais consideram que muitas empresas que não são socialmente responsáveis são um risco, ao passo se forem RS, podem beneficiar o sector em que se inserem como um todo, como por exemplo ambientais e que também beneficiarão o investidor
·       Evitar interferências: perspectiva política, em que os empregados deverão ser considerados nas diferentes tomadas de decisão e assim os interesses da corporação são melhores servidos.

Ataques á Responsabilidade Social:

Os ataques são baseados em que as empresas têm relutância para actuarresponsavelmente: por um lado porque são inábeis para o fazer ou porque falta justificação para o fazer. Vamos ver algumas razões:
    - Retórica,Não Acção: A RS é vista como uma gigante campanha de relações públicas
   - Falta de Capacidades Pessoais: os empresários não estão preparados para agir para os resultados sociais. Eles são preparados unicamente para as suas funções de gestão, em que têm de orientar as suas organizações a serem eficientes e rentáveis.
   - A Estrutura da Corporação Impede a RS: se calhar o mais devastador ataque é de que para as grandes empresas não é possível a RS, devido à sua natureza, estrutura e sistemas de controlo. A RS, não funciona nestas empresas. Alega-se que as empresas já contribuem para a RS no sistema económico que temos e que as regras para a RS são muito vagas e não são fortalecidas oficialmente
    - Nenhuma obrigação de procurar objectivos sociais: a empresa não pode impor a sua própria interpretação para fazer o bem público na sociedade: Quem autorizou quem para fazer o quê? As funções públicas não devem ser feitas por gestores privados, mas por representantes eleitos. Se os gestores agirem de acordo com a “sua RS” reduz o retorno para os accionistas, gasta o dinheiro destes, se as suas acções aumentarem os preços para clientes, gasta o dinheiro destes e se as suas acções reduzem o salário dos empregados, gastam o dinheiro destes. Os gestores só têm uma única RS: usar os recursos para aumentar os lucros durante o tempo máximo, fazendo contratos numa aberta e livre competição, sem decepções e fraudes.

 Algumas pesquisas sobre o comportamento actual das empresas:

  - Pesquisas sobre RS das Empresas baseadas em 82 empresas de processamento alimentar, sobre a percentagem do seu orçamento devotado para questões da RS das empresas e concluíram que todas aquelas firmas com RS tiveram performance melhor do que aquelas que não tiveram: 14,7% de retorno sobre o seu capital próprio vs. 10,2% nos 5 anos anteriores.
-Firmas que nunca mencionaram RS têm um pior desempenho. O mercado de acções está disponível para recompensar comportamentos socialmente responsáveis. Pagam para serem bons mas não muito bons.
-Pesquisas na população em geral, não são encorajadoras, por exemplo só 15% dos entrevistados em 1977 dizem que as empresas devem tentar encontrar um justo equilíbrio entre lucros e interesses públicos. Em 1968:70% concordaram, em 1973.34%.
- Em 1976 a honestidade e ética dos executivos foi avaliado em muito alto:3%; alto:17%, médio:58% e baixo:16% e muito baixo:4%
- Pesquisas feitas a empregados têm resultados muito mais desanimadores.
Há um sentimento comum que os gestores têm como preocupação com o aumentar dos ganhos.

O Problema de Estrutura
A sociedade industrial moderna é um produto de “2 homens”: o engenheiro e o economista e o conceito de eficiência. Maximização, optimização, mínimo custo, está subjacente a um conceito de racionalidade, principalmente de meios, um meio de mais satisfação para um determinado fim. A nova racionalidade e os novos objectivos precisam de ser institucionalizados em algumas formas renováveis formas de organização: aquela instituição são as empresas. Estas emergem para terem objectivos económicos e a chave para o seu funcionamento é a estrutura, especialmente a chamada máquina burocrática e formalizadas na divisão do trabalho. Os objectivos pessoais são postos de lado e funcionando em função da sua remuneração, para tal a hierarquia da autoridade garante esse controlo formal.
Para sustentar o seu próprio sistema a sociedade criou os seus próprios controlos: sistema de preços, competição, mercado de acções que medem os resultados e observam as corporações.
Então o que acontece quando a RS é introduzida? As pesquisas dizem: não muito. O sistema é muito apertado. Há um número de factores contra os objectivos sociais. Há que considerar tanto a competição externa como a competição interna, no propósito de atingir o topo, favorecendo os jogos de bastidores. Estes têm somente objectivos económicos, não sociais.


Evidências das Pesquisas sobre o Comportamento corporativo

Ackerman pesquisando os efeitos na RS em 2 grandes companhias:
  - Consequências sociais subvertem as divisões nas relações corporativas
  - Sistema de controlo financeiro é ineficiente a explicar e avaliar a RS
- O processo de avaliação e recompensa aos gestores não consideram a performance em áreas de assuntos sociais.
Uma nova questão social, diz respeito á contratação de minorias: uma empresa poderá ter problemas quando há descriminação social e na hierarquia da organização é o chefe executivo que em última analise é responsável pelas suas acções.
Os gestores são responsáveis por atingir acordados resultados financeiros. Se os benefícios da RS pudessem ser mensuráveis, os gestores ponham-os sobre o seu controlo. Embora alguns custos o possam ser, poucos benefícios o podem.
Os relatórios de análise financeira, podem inibir a sensibilidade social, focando-se na performance económica.
No entanto as pessoas podem reagir contra práticas ilegais e não éticas: escolha de modelos fortes de envolvimento de novos empregados na organização e o seu desencorajamento nessas práticas; fortes grupos de coesão; prioridades ambíguas que desmareleçam as linhas de orientação sociais em detrimento dos objectivos financeiros; separação de decisões, forçando empregados a trabalhar segundo as suas regras e onde as práticas não éticas são correntes; divisão de trabalho de modo a serem controlados; a tendência para a transgressão e para provocar medo.
A máquina burocráticapotencia e encoraja as pessoas a serem os melhores irresponsáveis sociais.

A Indispensável RS das Empresas

As decisões estratégicas das grandes empresas inevitavelmente envolverão consequências sociais e económicas. A distinção entre objectivos da economia privada e dos sociais públicos, percebido pelos gestores e pelos líderes eleitos, é que em teoria soa bem, mas na realidade, não tão bem. Sempre que uma grande empresa tem uma decisão importante, gera consequências sociais. Temos que considerar que tudo é social também e não se pode distinguir dos objectivos económicos, com o intuito de esconder esse problema
Quando as empresas criam externalidades que não são mensuráveis, quando os governos tem regulação mas que não funciona, quando é preciso outro tipo de legislação, quando não são correctos com os seus clientes e fornecedores, devido ao seu superior conhecimento, quando os empregados precisam de liberdade para atenuarem a superioridade não ética dos seus colegas por causa do bem comum, etc, todas estas causas tem consequências sociais. A sociedade espera que a empresa responda ao que ela precisa. Logo também os gestores podem ser socialmente responsáveis.
Inverter a tendência de longo prazo

Há um imperativo de reverter a tendência actual de impessoalismo e de utilitarismo na nossa organização para os nossos ideais, crenças, sentimentos, ética e sentido de missão e de propósito. Não interessa o quanto da burocracia é privada.
A RS representa a nossa melhor esperança para reverter a tendência. Sem responsabilidade e ética nas pessoas em importantes lugares a sociedade que conhecemos e que desejamos melhorar não sobrevirá. 

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